Acidentes ou Sinistros?

18/08/2022 às 5:20 pm

Nos últimos tempos, o termo “sinistro de trânsito” passou a ser utilizado por especialistas e órgãos públicos para se referir a colisões, atropelamentos e outros eventos com veículos automotores que, até então, eram conhecidos como acidentes.

Promovida por diversos países pelo mundo, a discussão sobre a substituição do termo acidente (que conceitualmente é um fenômeno inesperado e imprevisível) tem oferecido mais do que uma nova palavra para identificar essas ocorrências. Criou uma nova maneira de pensar e entender a segurança viária. De acordo com o Instituto WRI Brasil, desastres no trânsito podem ser evitados não só por condutores, passageiros e pedestres, mas, também, por meio de medidas concretas tomadas pelos gestores públicos. Um exemplo vem de Madri, que alterou o limite de velocidade para 30% em mais de 80% de suas vias urbanas em 2020. Além de deixar as ruas mais seguras, os especialistas estimam que os sinistros podem diminuir em cerca 30% nos próximos anos.

Acidente – O termo “acidente” passa a sensação de que essas colisões, atropelamentos e outras ocorrências viárias não podem ser previstos, fazendo que muitas ações deixem de ser tomadas para reverter a situação. No entanto, ao pensar na segurança viária como uma junção de diversos fatores, envolvendo o planejamento das ruas, a redução da velocidade nas áreas de maior risco, as ações de educação e conscientização e a necessária e célere aplicação das penalidades constatadas, é possível reduzir os sinistros e promover mais segurança para todos os cidadãos.

Sinistro de trânsito – Dando ainda mais fôlego à discussão, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também resolveu rever o termo “acidentes de trânsito”, que, até o momento, era determinado por uma norma da instituição de 2018 para ser utilizado durante pesquisas e o planejamento de ações sobre o assunto. Agora, pela NBR 10697, a ABNT não apenas define o sinistro como “todo evento que resulte em dano ao veículo ou à sua carga e/ou em lesões a pessoas e/ou animais”, mas também considera uma grande quantidade de fatores que são geradores dos sinistros. Esse passo é considerado importante por especialistas, uma vez que deve criar uma nova perspectiva para a forma como os profissionais pensam e desenvolvem as cidades do futuro. Além disso, essas adequações são necessárias para que as cidades possam se tornar cada vez mais inteligentes, chegando um pouco mais próximas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) previstos na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Fonte: WRI Brasil, Abramet e Redação Trânsito Livre.

últimas Postagens