Câmeras de Monitoramento: limite entre a privacidade e eficiência

20/08/2021 às 11:35 am

O comportamento de um motorista profissional é um dos aspectos mais importantes para a atividade de transporte de cargas e passageiros. Atitudes eventuais de risco podem representar severas perdas e grandes tragédias.

As câmeras instaladas no interior de veículos de carga e passageiros não podem ser simples, elas precisam de Internet das Coisas (IoT) para funcionar de forma produtiva. Com a tecnologia, é possível analisar todo os passos do motorista em relação às atitudes tomadas como usar o celular, comer, tomar medicação, beber, fumar ou usar algum produto estimulante ao volante. Assim como, também, ser capaz de perceber se o condutor dá demonstrações de fadiga e até mesmo se está usando o cinto de segurança. Já as câmeras fora do veículo podem reconhecer as ultrapassagens indevidas, distância de carros e objetos fora de padrão de segurança, entre outras manobras que são infrações de trânsito. Daniel Schnaider, especialista em tecnologias para a gestão de frotas, fala sobre o limite da privacidade e eficiência quando as câmeras vigiam os funcionários. “A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho afirma que é licito monitorar colaboradores por meio de câmeras, desde que não sejam posicionadas em lugares de intimidade, como banheiros e vestiários, ou áreas destinadas ao repouso. No entanto, para eles sempre há a questão de desconforto, em que se supõe que a empresa parte do princípio que os funcionários farão algo errado”, afirma Schnaider. Por isso é importante uma boa comunicação entre patrões, gestores e empregados para que fiquem claras as finalidades do uso da tecnologia, que neste caso é rigorosamente a segurança da viagem, do condutor e da carga ou vidas que transporta. É necessário explicar com clareza que ter provas de todo o percurso de um condutor pode auxiliá-lo a mostrar que qualquer incidente não foi culpa dele, no caso de outros estarem envolvidos, e se é culpado, compreender tudo o que exatamente aconteceu, inclusive adiantar a perícia e mandar um socorro eficiente em caso de colisão. Portanto, é necessário seguir algumas dicas:

  • Ter transparência: é preciso que o condutor saiba que está sendo monitorado e entenda o porquê dessa ação por parte da empresa e de sua política interna, e, assim, sinta-se também protegido.
  • Estabelecer condições de vigilância e bom senso: não há necessidade de vigiar o tempo inteiro, o motorista deve saber que as imagens aquelas câmeras só serão acionadas em caso de acidente e/ou irregularidade.
  • Regulamento interno: é necessário que haja um documento formal, e que os funcionários sejam treinados para que compreendam o que devem ou não fazer, o que fere a política da empresa, ou mesmo das leis de trânsito, do consumidor e tantas outras normas que poucas pessoas têm acesso.
Fonte: Portal Folha do Litoral

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