A EmbraerX quer mudar a mobilidade urbana

03/12/2018 às 12:25 pm

Publicado em CQ

Para André Stein, palestrante do Wired Festival e um dos líderes do pólo de inovação da Embraer, estamos atingindo o limite físico das cidades. A solução é pensar em software

O nome Embraer deve te lembrar automaticamente de aviação. Mas a cabeça de André Stein está definitivamente mais perto do solo. “Sou um apaxinado pela mobilidade”, confessa André Stein, head de inovação da Embraer e palestrante do Wired Festival Brasil, em conversa com a GQ Brasil.

Stein é um dos líderes da EmbraerX, pólo de inovação da empresa que nasceu a partir da iniciativa Embraer Business Innovation Center, ela mesma iniciada no ano passado. É tudo muito novo. Você já deve ter ouvido por exemplo do eVTOL, drone elétrico desenvolvido em parceria com a Uber, mas mesmo ele ainda está em fase de protótipo. “O SXSW deste ano foi a primeira vez que mostramos a marca EmbraerX”, lembra André.

Mas apesar de jovem, a divisão de André tem ambição nas nuvens. Carros autônomos, veículos voadores? Tudo que democratiza o acesso ao transporte, no solo e fora dele, interessa o empresário. “O que a gente está tentando criar é uma visão de como seria o futuro da mobilidade. Pensa o que você tem com a internet: informação vai de A a B de forma transparente. Há muita tecnologia por trás, mas para o usuário esse processo ocorre de forma simples. Queremos criar uma maneira transparente, multimodal de cruzar a cidade; queremos criar a internet do transporte”, conta André.

A EmbraerX, por isso, se debruça em ideias que vão além de chassis e fuselagens. “A gente está vendo a mobilidade mudando completamente, e muito disso gira em torno de sistemas integrados”, explica. Não há bala de prata, tudo tem que ser integrado: nosso eVTOL tem que se comunicar com o sistema de bikes, para o last mile, para você ir ao aeroporto e pegar um voo. Tudo vai estar integrado de ponta a ponta. Não é só um veículo que você vai resolver seus problemas.”

“As cidades estão crescendo, existe um limite para infraestrutura física – você não consegue colocar mais estradas, mesmo o metro é limitado”, diz André. “Por isso é preciso consolidar as coisas. A cidade tem que se adaptar, mas não é um esforço pontual, tem que ir acontecendo junto”, completa.

Para tanto, André busca organizar 50 anos de expertise dentro da gigante da aviação com experiências próximas a pólos tecnológicos ao redor do mundo – a Embraer tem instalações em Melbourne, no Vale do Silício, em Boston e deve chegar à Ásia. “A gente está aprendendo com o Vale do Silício e o Vale do Silício está aprendendo conosco”, diz. Isso significa que veremos scooters com o logo da Embraer em um estranho futuro próximo? “Uau, eu nunca pensei em patinetes da Embraer”, brinca o empresário.

Na imagem, eVTOL da EmbraerX e da Uber.

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