Isolamento reduz acidentes de trânsito
Um fenômeno positivo decorrente do isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus é a expressiva redução dos acidentes de trânsito, principalmente nas rodovias. Embora vidas estejam sendo preservadas, não há muito a comemorar porque essa queda, infelizmente, é transitória e tem uma causa que, na opinião de especialistas, nada tem a ver com o desenvolvimento de uma consciência preventiva e de segurança por parte do cidadão. Reflete, tão somente, menos carros em circulação. O que, por sua vez, representa a redução das atividades econômicas que impacta a vida de todo o cidadão, assim como a própria pandemia.
De todo modo, vale a pena registrar esse fenômeno episódico agora porque, exatamente neste mês de maio, se iniciam em todo o país as ações de orientação para um trânsito mais seguro e menos violento com a campanha denominada MAIO AMARELO.
Não por acaso, o slogan especialmente escolhido para a camapnha nesse ano é “Perceba o risco, proteja a vida”, e tem como foco a proteção de profissionais que precisam estar diariamente nas ruas para garantir a saúde e segurança da população e o abastecimento do país, não só durante o enfrentamento ao coronavírus, como ao longo de todos os anos. O profissional do transporte de carga.
Vejamos o exemplo de Campo Grande, a capital do estado de Mato Grosso do Sul. Nos primeiros 20 dias de março, anteriores ao período da implantação de medidas restritivas à circulação de pessoas e da ostensiva limitação das atividades econômicas, a cidade registrou um acidente de trânsito a cada 46 minutos. Ou seja, média de 31 acidentes por dia. De 21 de março até o dia 27 de abril passado, Campo Grande teve um acidente a cada 1 hora e 48 minutos o que representou apenas 13 ocorrências diárias.
Certamente este primeiro quadrimestre do ano de 2020 foi o menos mortal no trânsito, se comparado com os dados de acidentes dos últimos dez anos na cidade. Foram 19 óbitos em decorrência de acidentes nas ruas e avenidas da cidade. Se comparados a igual período do ano de 2019 foram 9 mortes e menos da metade das 42 mortes registradas em 2014, que foi o ano com maior índice de óbitos.
Os números foram divulgados pelo Batalhão de Polícia Militar de Trânsito que em seu comunicado apontou outro benefício: com menos acidentes, as viaturas ficam mais livres para fazer prevenção e o policiamento ostensivo.
A diminuição do fluxo rodoviário nas estradas e nas áreas urbanas impactam na redução da violência e alivia os leitos hospitalares. Segundo as autoridades do estado, mais de 70% dos atendimentos nas emergências hospitalares da rede pública é decorrente de traumas no trânsito.
Campo Grande, a capital do estado de Mato Grosso do Sul, tem 597 mil veículos em circulação.
