Mortalidade no trânsito cai 32% no Brasil entre 2010 e 2018
A taxa de mortalidade no trânsito brasileiro caiu 32% entre 2010 e 2018, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade desenvolvido para a pasta. Em 2018, o trânsito matou 14,8 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes, contra 21,8 mortes a cada 100 mil pessoas em 2010.
Considerando os números absolutos, em 2018 houve 32.655 óbitos por lesão de trânsito, contra 42.844 em 2010. Nesse caso, a queda foi de 23,8%. No entanto, é preciso considerar que a população brasileira aumentou nesse período, cerca de 7%, segundo o IBGE. Na comparação com 2017, quando 35.374 pessoas perderam a vida, também houve queda, de 7,7%. A taxa de mortalidade, no ano, foi de 17 pessoas a cada grupo de 100 mil habitantes. Ainda não há informações de 2019.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre ocupantes de veículos, ciclistas, pedestres e motociclistas, este último grupo foi o que menos variação sofreu entre 2010 e 2018, com uma redução de apenas 3% na taxa de mortalidade. Veja, na tabela abaixo, o número de mortes, segundo o perfil. Por outro lado, os pedestres tiveram 49,3% menor incidência de acidentes de trânsito que acabaram em morte.O Ministério ainda informou que, entre 2010 e 2018, houve redução de pelo menos 50% no índice de mortes por lesões no trânsito em 5 capitais: São Paulo (-72,5%), Aracajú (-57,8%), Fortaleza (-51,2%), Recife (-50,4%) e Rio Branco (-50,0%). Porém, não há números absolutos de mortes nessas capitais, ou a taxa de mortalidade em 2010 ou 2018.
Mortes em acidentes de trânsito por perfil de vítima
Tipo | 2010 | 2018 |
Ocupante de veículo | 20.562 | 13.839 |
Motociclista | 10.825 | 11.435 |
Ciclista | 1.513 | 1.363 |
Pedestre | 9.944 | 6.018 |
TOTAL | 42.844 | 32.655 |
Considerando as regiões do Brasil, a Centro-Oeste foi a que apresentou a maior taxa de mortalidade, com 20,6 mortes por 100 mil habitantes. Na outra ponta, a região Sudeste teve a menor taxa, com 11,3 óbitos a cada 100 mil pessoas. Já entre estados, Tocantins, com 29,6 mortes, é o que apresentou a maior mortalidade por lesões de trânsito no Brasil, com o dobro da média nacional. Amapá, por outro lado, com 8,8 óbitos para cada 100 mil habitantes, tem a menor taxa.
O ministério também divulgou informações de mortalidade por faixas etárias. Nesse caso, os grupos entre 20 e 29 anos, assim como os maiores de 70 anos, tiveram a maior mortalidade em acidentes de trânsito em 2018, com 21,2 óbitos por 100 mil habitantes. A queda na mortalidade no trânsito brasileiro, segundo os dados do Ministério da Saúde, é uma boa notícia. O país, no entanto, segue entre os que possuem as taxas mais altas.
De acordo com o relatório da Seguradora Lider DPVAT de 2019, que é a responsável pela indenização do seguro obrigatório de todos os proprietários de veículos no país, após quatro anos de queda, as indenizações pagas voltaram a subir no Brasil. Segundo a Lider, em 2019, foram pagas 353.232 indenizações, 8% mais do que em 2018.
Do total, 11%, ou 40.721 foram por morte, 235.456 por invalidez permanente (67%) e 77.055 por despesas médicas (22%). Desde 2015 o número de indenizações vinha caindo – chegou ao pico de 763.365 em 2014.
Acidentes com motos representaram 77% das indenizações pagas pela Seguradora Líder. Em seguida, aparecem automóveis, com 16%, caminhões, com 4%, ônibus e vans, com 2% e ciclomotores, com 1%.
Perfil das vítimas que receberam algum tipo de indenização do DPVAT:
75% eram homens; 25% mulheres
26% das vítimas tinham entre 25 e 34 anos
23% tinham entre 45 e 64 anos
57% eram motoristas; 30%, pedestres e 13%, passageiros
Considerando o horário dos acidentes que geraram pagamento de indenizações, a maior recorrência é ao anoitecer, entre às 17h e às 19h59. A faixa foi responsável por 23,1% das restituições. Por outro lado, a menor incidência é durante a madrugada, período compreendido entre 0h e 5h59, com menos de 10% do total