O Idoso e o trânsito

29/09/2017 às 5:29 pm

O dia 1º de outubro foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Dia Internacional do Idoso que, além de celebrar a virtude da longevidade saudável, serve também para alertar a sociedade sobre os riscos e as ameaças que essa expressiva parcela dos habitantes do planeta está exposta.

O trânsito, infelizmente, é uma das mais graves causas de mortes e lesões de idosos, não só pela já conhecida imprudência de maus motoristas, mas, também, pelas limitações físicas e cognitivas a que todo cidadão com idade avançada sofre. Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que um em cada três vítimas de atropelamento no mundo tem mais de 60 anos de idade.

Com o passar dos anos, nossa musculatura perde vigor, sentidos importantes como visão e audição tendem a diminuir e a capacidade de avaliar com rapidez e precisão situações de risco ficam comprometidas.

Por isso, é fundamental o respeito rigoroso à sinalização, principalmente nas travessias de pedestres, tanto por que atravessa (independentemente da idade) quanto pelos condutores de veículos. Esses devem sempre respeitar o tempo de travessia de um idoso, mesmo que o semáforo já tenha sido aberto para o tráfego. Buzinar e acelerar com o carro desengrenado apenas aumenta a angústia do idoso que, no afã de completar a travessia, pode até sofrer uma queda com consequências graves

Na hora de atravessar uma rua, portanto, todo o cuidado é pouco. Se preciso for, até um sinal de mão com o braço estendido (como normalmente é feito em muitas cidades brasileiras) é recomendável para uma travessia segura.

Outro aspecto extremamente delicado é em relação ao idoso condutor. O próprio Sistema Nacional de Trânsito reduz o tempo de validade das carteiras de habilitação para os condutores com 65 anos de idade ou mais. Mas essa medida, por si só, não é suficiente para identificar o idoso que pode, ou não, continuar dirigindo. A renovação da CNH em espaço de tempo de 3 anos limita-se aos exames médicos convencionais, sem avaliar a real capacidade de condução de um veículo automotor nas vias de circulação.

Mas afinal. Qual é o indicativo seguro do momento que um cidadão deve abrir mão desse valioso instrumento de locomoção e mobilidade representado pela sua habilitação?

A perda ou a abdicação da CNH quase sempre representa uma expressiva perda da autonomia. Por isso, mesmo quando o idoso já percebe o comprometimento nos reflexos e nos outros sentidos importantes para a direção segura, ele resiste em admitir como algo definitivo e raramente busca ajuda ou orientação médica.

O papel da família, nessa hora, é absolutamente fundamental. Zelar pela segurança no trânsito dos idosos de sua família implica em saber identificar os limites de cada um sem, contudo, constrange-lo expondo a fragilidade natural de alguém que, certamente, já foi jovem, ágil e seguro.

Lembre-se: Se Deus quiser ele, o idoso, será você amanhã!

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