O trânsito intenso cobra seu preço

05/04/2019 às 2:06 pm

Ninguém gosta de ficar preso no trânsito. Mas o trânsito pesado não é apenas um incômodo, é também uma questão de saúde pública e de economia.

O brasileiro passa em média 40 dias por ano no trânsito das capitais. Nos Estados Unidos são 42 horas por ano, e eles já estão bastante preocupados. Em algumas cidades americanas, o trânsito preocupa mais do que a segurança e a economia. Isso acontece pois o trânsito têm um custo altíssimo para a sociedade: poluição, gasto de combustível, tempo perdido, manutenção de automóveis e estradas, acidentes e os custos à saúde humana. Como um exemplo, a longa exposição de crianças ao tráfego intenso pode causar problemas respiratórios. Estes problemas têm um custo financeiro à saúde pública e às famílias, além de um elevado custo emocional.

Há também o problema de saúde mental associado ao trânsito intenso. O estresse pode levar a doenças muito graves como alergias, transtorno de pânico, infecções causadas por baixa imunidade, depressão, asma, bronquite, contração muscular crônica, enxaqueca, gastrite, obesidade e alguns tipos de câncer. Vale lembrar que os transtornos mentais e emocionais são a segunda causa de afastamento do serviço. Nos Estados Unidos, empregados diagnosticados com depressão faltam quase nove dias ao serviço, o dobro da média para trabalhadores saudáveis, segundo o instituto de pesquisa Gallup. O prejuízo com a perda de produtividade supera os 19 bilhões de dólares por ano.

Além disso, pessoas estressadas tendem a tomar más decisões. Para fugir rapidamente do trânsito, é comum observar motoristas cometendo infrações e aumentando a insegurança do trânsito. Também é comum observarmos pessoas estressadas agindo violentamente, provocando discussões e brigas de trânsito. Existe até mesmo um estudo que relaciona o trânsito pesado com violência doméstica. De acordo com os pesquisadores, nos dias em que o trânsito está muito intenso a incidência de violência doméstica chegou a aumentar 9%.

Só nos resta trabalhar para diminuir o trânsito intenso das grandes cidades, adotando soluções alternativas, combinando caronas com parentes e amigos além de pressionar nossos dirigentes para que prestem atenção neste problema. Enquanto o trânsito não melhora, alimentação saudável, sono regular e atividades físicas podem reduzir o impacto do estresse no organismo. Para não entrar em discussões, evite deixar-se levar pelas emoções e ignore comentários mal-educados.

 

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