Tecnologia: A luz no fim do túnel

29/06/2020 às 5:14 pm

Não conhecemos no Brasil um episódio anterior que possa fornecer qualquer dica sobre as prováveis consequências econômicas da atual crise de saúde pela qual passamos. E seria improvável, nesse momento, dimensionar de forma precisa os impactos, já que as incertezas têm levado a constantes revisões de expectativas. Mas a partir do que observamos no sistema digital no Brasil, é possível um olhar positivo para o futuro. Afinal, momentos de ruptura como o que estamos passando são oportunidades de reinvenção. E desta vez, a tecnologia é a chave. Enquanto a pandemia é enfrentada e a economia sofre impactos severos, surgem também oportunidades – e ainda mais importante, novas percepções. Uma delas é o entendimento de que a transformação cultural e digital dentro das empresas é essencial. Quem já não estava com o processo em andamento precisa olhar para ele de maneira urgente. Se antes havia alguma dúvida sobre essa necessidade, ela se esvaiu com a nova realidade de distanciamento social.

Um exemplo disso é que não há mais crescimento no longo prazo que não passe essencialmente pela digitalização. Para o executivo, ficou claro que o trabalho remoto é uma excelente oportunidade. Para o trabalhador, não ter que pegar horas de trânsito todos os dias se revelou produtivo e será um hábito cada vez mais frequente. Para o governo, os serviços públicos prestados, antes sempre revestido de intensa burocracia e crônica demora, agora muito mais do que antes, apresentam-se com soluções digitais, respeitando o tempo e a comodidade do cidadão. Assim como já acontece com a declaração anual de ajuste do Imposto de Renda, no segmento de trânsito já vemos ferramentas poderosas atuando em favor do cidadão. Carteira de Habilitação, Certificado de Registro dos Veículos e a Comunicação Eletrônica de Venda de automóveis, já podem ser documentos digitais. Na formação e capacitação dos condutores, a parte teórica já pode ser feita por meio de plataformas tecnológicas com níveis elevados de segurança substituindo a presença física em salas de aula. Tudo isso, representando valores muito importantes como menor deslocamento, agilidade e individualidade nos processos e, acima de tudo, conforto e custos mais baixos.

A história nos mostra que durante crises muitas vezes nascem oportunidades. Foi assim em 2008, quando surgiu nos Estados Unidos a economia colaborativa, em um momento em que as pessoas precisavam se reinventar e arrumar novas formas de sobreviver. Aplicativos de transporte de passageiros como Uber e de aluguel de imóveis são exemplos de atividades que oferecem novas formas de trabalho que provocaram mudanças culturais e de paradigmas imediatas e que estimulam novas iniciativas em quase todos os campos de atividade.

Nos negócios, a pandemia está provando que é possível acelerar processos e incentivar a inovação. As formas de consumo não param, mas passam por constante reinvenção. Produtos chegam direto em casa, atendimento médico também pode ser digital e aulas acontecem fora do tradicional ambiente escolar. Saber identificar essa mudança e investir na evolução passa a ser uma oportunidade para quem deseja empreender em tempos de crise, tornando um negócio lucrativo mesmo em um período em que a economia em geral vai mal.

Períodos de instabilidade econômica podem ser a porta de grandes possibilidades para empresários com uma boa visão de negócio. Se forem capazes de entender as demandas do público, encontrarão respostas por meio de criatividade e inovação, de acordo com as necessidades do momento.

Fonte: Época Negócios

últimas Postagens