Trânsito é o que mais mata jovens entre 15 e 29 anos

16/09/2020 às 8:52 am

Aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo sobrevivem com sequelas por conta da violência do trânsito em seus países. Os acidentes rodoviários são a principal causa da morte prematura da faixa etária dos 15 aos 29 anos e o terceira, na faixa de 30 a 44 anos.

A segurança no trânsito é um desafio para todo o mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os acidentes de trânsito causam a morte de mais de 1,35 milhão de pessoas no planeta. E isso vem sendo recorrente e, aqui no Brasil, muito pouco é feito para combater essa tragédia que, por ser previsível, pode e deve ser evitado. Na próxima sexta feira tem início a Semana Nacional de Trânsito que acontece todos os anos entre os dias 18 e 25 de setembro, de modo a mobilizar todos os entes públicos, instituições privadas e segmentos da sociedade civil organizada, na busca de soluções para que tenhamos um trânsito mais amigável, harmônico e menos letal. A data foi estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997. Durante esse período, diversos eventos virtuais (em função da pandemia) estão sendo programados e o destaque tem sido, sempre, a segurança da circulação viária e a proteção da vida no trânsito.

No Espírito Santo, por exemplo, o assunto está sendo debatido no Fórum Digital de Segurança no Trânsito, realizado nos dias 15 e 16 de setembro. O evento, promovido pela Federação das Empresas de Transportes do Estado é totalmente digital e reúne autoridades, especialistas e representantes de empresas e entidades engajadas no tema. O Secretário Nacional de Transporte Terrestre do Ministério da Infraestrutura, Marcello da Costa Vieira, é um dos destaques do evento. Afirmando que há muitos desafios a serem enfrentados quando o assunto é trânsito, ele aponta a importância de repensar conceitos e soluções que foram implantadas na última década e que não apresentaram os resultados esperados. “Como exemplo posso citar: o foco na punição dos infratores ao invés de se investir em prevenção e educação e acreditar que a educação para o trânsito se limita a educação dos condutores por ocasião do processo de obtenção da habilitação para conduzir veículos automotores“.  Para o secretário, manter um trânsito seguro é pensar em ações de prevenção, como a utilização maciça de dispositivos de controle de velocidade visíveis, e na identificação de pontos onde os acidentes são causados por problemas de geometria da via. “Acontece que a redução de acidentes da última década não atingiu os objetivos estabelecidos na década da segurança viária. Isso nos leva a crer que há necessidade de intensificar ações preventivas, que evitem a ocorrência de acidentes e reduza sua gravidade, mesmo quando ocorre um erro humano, uma falha mecânica ou ainda uma negligência do motorista, motociclista, ciclista ou pedestre.”

Outro ponto que precisa ser discutido mais, segundo o Secretário, é a formação do condutor. Na opinião dele, é utópico imaginar que o melhor para se formar um futuro condutor responsável e consciente se resume a alguns meses de frequência em um curso específico quando o jovem completa 18 anos, já que nessa fase da vida é marcada por escolhas pessoais, profissionais e incertezas. “Precisamos educar o cidadão e não somente o motorista! E essa educação deve ser continuada, ao longo do ensino básico e fundamental e de forma transversal. O ensino da segurança no trânsito deve então seguir o mesmo modelo adotado para as outras disciplinas”

Perceptiva do trânsito pós-pandemia

O Ministério da Infraestrutura e o Departamento Nacional de Trânsito aproveitaram o momento da pandemia para amadurecer projetos e propor modificações, como as regras de utilização de dispositivos de controle de velocidade. E na área da educação, vão investir em parcerias para viabilizar a produção de livros didáticos para a formação do cidadão em segurança do trânsito nas escolas de ensino básico e fundamental – Programa EDUCA. ”

A busca pela redução na quantidade e gravidade de acidentes, segundo o secretário Nacional de Transportes Terrestre, é um dos focos do Ministério de Infraestrutura. “Adotamos no MINFRA a segurança viária como um dos objetivos estratégicos mais importantes de nossa gestão.  Introduzimos a classificação Programa Internacional de Avaliação de Vias Rodoviárias (iRAP) nas novas concessões, proporcionando que nossas rodovias sejam classificadas da mesma forma que as melhores rodovias dos países desenvolvidos. O objetivo foi o de priorizar os investimentos que aumentem a segurança de cada trecho homogêneo da rodovia concedida sob a visão do motorista, do pedestre, do ciclista e do motociclista.”

Inovação deixa o trânsito mais seguro

A inovação também é importante para a segurança no trânsito. No Brasil, novos projetos de formação e qualificação do condutor assim como a engenharia viária estão sendo desenvolvidos com o conceito da prevenção  onde mesmo falhas mecânicas ou humanas não necessariamente resultam em acidentes graves. “Para isso, estabelecemos prazos para a utilização de dispositivos de segurança veicular e priorizaremos investimentos em correções de pontos críticos e retirada de obstáculos fixos na faixa de domínio das rodovias. Na modelagem das novas concessões serão incluídas câmeras OCR, iluminação em Led e sinal Wifi para aumentar a segurança nas vias.”

Atualmente, os acidentes representam um custo de US$ 518 bilhões por ano, um percentual entre 1% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, de acordo com informações do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo. O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.

Fonte: Portal Folha de Vitória

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