Veículos autônomos não tiram emprego de motorista

01/07/2020 às 11:35 am

Uma tecnologia que substitui completamente o ser humano na direção de um carro já não é mais ficção científica para veículos particulares. Mas e no transporte público e no de cargas? No estado do Arizona, nos EUA, a Waymo, unidade de veículos autônomos da Alphabet, empresa dona do Google, já faz testes com passageiros ao estilo Uber e afirma que essa possibilidade não significa o fim da atividade profissional do motorista. Segundo Sugandha Sangal, gerente de produto da Waymo, a missão da empresa tem foco na segurança e não acabar com empregos ou retirar pessoas dos seus negócios.

A Waymo já fornece este serviço no modelo de negócio dos aplicativos como Uber, 99, Cabify e outros. Os usuários podem criar um cadastro no aplicativo Waymo One e, para solicitar a corrida, basta colocar a localização atual e o destino final. O app calcula o tempo de chegada do carro ao local e o tempo de duração do trajeto. A única diferença é que não tem motorista. A empresa opera centenas de minivans autônomas nos subúrbios de Phoenix, no Arizona, e tem uma base de cerca de mil clientes. E para quem estranhar usar um carro sem um humano atrás do volante, Sangal insiste na tecla da segurança como um pilar da Waymo. “Nossa missão é construir o motorista mais seguro do mundo e a missão desse ‘motorista’ é trazer pessoas de um ponto a outro de um jeito mais muito mais seguro. Segurança é o principal objetivo da companhia”, diz.

A iniciativa não se limita ao transporte de passageiros. A executiva da Waymo defende a existência de uma crescente demanda da sociedade por serviços de transporte e logística. Ao mencionar outro produto da empresa, o Waymo Via, ela afirmou que há muitas vagas no mundo inteiro para caminhoneiros porque a indústria de logística tem sofrido ao longo dos anos uma redução na oferta de trabalhadores que desejam trabalhar nesse setor. “Nós não temos humanos suficientes para esse tipo de trabalho. Já existe uma lacuna entre a necessidade do transporte de mercadorias e a falta de motoristas que queiram trabalhar no setor. Precisamos fazer algo para aumentar a oferta de transporte de mercadorias“, explicou, sem detalhar a fonte dessa informação.

A empresa afirma que a sua principal missão é aumentar a segurança nas ruas, prevenindo acidentes e fatalidades. Os motivos? Porque veículos autônomos não se distraem, não ficam cansados, não ingerem bebida alcoólica e nem consomem drogas, nem ficam tentados a ultrapassar os limites de velocidade, o que, segundo ela, são as principais causas de acidentes no mundo.

Sugandha Sangal explicou ainda que os carros autônomos possuem três sistemas (Vision, Lidar e Radar) que permitem aos automóveis “enxergarem e perceberam” outros veículos, transeuntes, semáforos, objetos e intersecções nas rotas que usam. Fazendo uso da inteligência artificial, o carro usa uma base de dados coletadas em viagens de campo e simulações. Com as informações captadas pelos sensores, consegue prever os movimentos desses elementos externos, fazer escolhas e, segundo a empresa, evitar acidentes.

O mundo está aberto às inovações e o futuro, talvez bem próximo, dirá se esse cenário irá se confirmar. Pelo menos no Brasil, a profissão de caminhoneiro, uma das mais perigosas no ranking do Ministério do Trabalho, é a quinta com mais chances de ser afetada pela evolução da automação segundo levantamento do Laboratório do Futuro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do final do ano passado.

Para os interessados, vale a pena ler o estudo feito no ano passado pela ESCOLA DE TRANSPORTES que aborda com mais profundidade a questão da autonomia veicular no transporte de carga no Brasil (clique AQUI)

 

Fonte: Portal Uol

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