Comissão promove audiência pelas vítimas de trânsito

06/09/2017 às 5:03 pm

O deputado Hugo Leal, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e membro titular da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, promoveu audiência pública no dia 29 de agosto para debater a instituição do dia nacional de mobilização em memória das vítimas de trânsito. A data de reflexão é celebrada anualmente no terceiro domingo de novembro, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005. “Poucos são os momentos em que falamos das vítimas. São pessoas que fazem falta para a nossa sociedade, são familiares que sofrem a dor da perda. Nada mais justo do que institucionalizar uma data que está prevista no calendário mundial”, afirmou o parlamentar. Hugo Leal já havia apresentado em 2008 o projeto de lei  4260/2008 propondo a oficialização da data A proposta, aprovada pela  Câmara, tramitava no Senado quando entrou em vigor a Lei 12345/2010, que estabelece requisitos para a criação de datas comemorativas, entre os quais o debate com a sociedade.

Pais que perderam filhos no trânsito, Fernando Diniz , presidente da Ong TRÂNSITOAMIGO e Diza Gonzaga, presidente da Fundação Thiago Gonzaga, presentes na audiência defenderam a luta diária contra essas mortes por meio de acompanhamento permanente das ações dos organismos oficiais e, também, por meio de iniciativas educativas e de mobilização social que sedimentem uma consciência de segurança. “A cada ano, 1,2 milhão de pessoas morrem no mundo. A cada cinco anos, temos um novo holocausto no mundo”, afirmou Fernando Diniz. Ele acrescentou que as estatísticas oficiais não refletem a realidade, porque vítimas que morrem de sequelas após 30 dias do acidente ficam fora dos dados oficiais. Para Diza Gonzaga, a grande maioria das mortes no trânsito ocorrem em decorrência de “crimes de trânsito”. Ela defendeu punição mais rigorosa de condutores que matam no trânsito por dirigir em altas velocidades ou alcoolizados.

A deputada Christiane de Souza Yared, que também perdeu um filho no trânsito, disse que “assassinos de trânsito” têm mais medo de perder a habilitação do que de causar uma tragédia. “A conscientização é necessária para que haja mudança de comportamento. Só haverá conscientização se houver pertencimento. As pessoas só mudam sua vida se elas pertencem a uma causa”, declarou.

Também participaram da audiência pública Gabriela Freitas, coordenadora-geral da Safe Kids Brasil e Gabriela Amaral, da Associação Nacional dos Detrans (AND). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam a morte no trânsito de 1,3 milhão de pessoas a cada ano no mundo. No Brasil são aproximadamente 40 mil mortes todos os anos. As mortes se dão principalmente no grupo etário de 15 a 29 anos e custam à maioria dos países cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Os mortos estão também entre os mais vulneráveis, como pedestres e ciclistas.

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