Condições de 60% das estradas são de regular para baixo

13/11/2017 às 3:47 pm

Publicado em: Jornal Nacional

A qualidade das rodovias brasileiras piorou em 2017, segundo um estudo da confederação nacional do transporte. Nem as rodovias privatizadas escaparam da deterioração.

Nem caminhões resistem ao estado da PA-150, a principal ligação do Sudeste do Pará a Belém. É assim em quase todo o país. A pesquisa mapeou 363 pontos críticos com queda de barreira, ponte caída, erosão na pista e buraco grande.

“Muito buraco. um em cima do outro. E aí estraga caminhão. É pneu, não tem condição não, né?”, diz um caminhoneiro.

A situação em mais de 60% das estradas foi classificada de regular para baixo, apresentaram falhas com asfalto, sinalização e engenharia, entre elas as públicas e as privatizadas. A queda nos investimentos é apontada como o principal problema.

A Confederação Nacional dos Transportes calcula que seriam necessários investimentos de mais de R$ 290 bilhões para dar ao país estradas adequadas.

Nas rodovias públicas, a responsabilidade do investimento é do governo federal e dos governos estaduais. Em 2011, o governo federal gastou R$ 11 bilhões. Em 2016, menos de R$ 9 bilhões. Até o junho de 2017, R$ 3 bilhões.

Ministério dos Transportes não respondeu sobre a pesquisa. Disse que usa outro indicador, desenvolvido pelo DNIT.

Pioraram também as condições das rodovias privatizadas. Estradas entregues pelo governo federal para administração de empresas privadas, que se comprometeram a fazer investimentos e, em troca, ganharam o direito de cobrar pedágio.

Em Goiás, 410 quilômetros da BR-153 são de pista simples, sem sinalização. Pontes estão sem a barreira de proteção. O trecho tinha sido privatizado há três anos. Mas voltou para o governo federal, porque a concessionária não fez as melhorias exigidas.

“É perigoso esse pedaço aqui. Esse trecho é muito estreito, sem acostamento, pista simples. É muito perigoso mesmo”, disse um caminhoneiro.

Segundo a pesquisa, quando se analisa apenas as rodovias privatizadas, o percentual de estradas consideradas regulares, ruins ou péssimas chega a 25%.

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias reclama das dificuldades para conseguir licenciamentos ambientais e financiamentos, e afirma que foram feitos investimentos de R$ 109 bilhões em melhorias e manutenção de 61 rodovias nos últimos 22 anos.

N a BR-040, a concessionária que administra os 936 quilômetros que separam Brasília de Juiz de Fora, em Minas Gerais, alegou falta de condições financeiras de fazer novos investimentos e devolveu, em setembro, a concessão para o governo federal. O trecho da rodovia que segue de Juiz de Fora até o Rio de Janeiro continua com a iniciativa privada.

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