Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito

18/11/2016 às 3:35 pm

O estabelecimento de uma data específica para reverenciar as vítimas da violência no trânsito em todo o mundo foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2005, por meio da Resolução 60/5. A ONU escolheu o terceiro domingo de novembro de cada ano, exatamente o domingo seguinte ao da lembrança das vítimas da 2ª Guerra Mundial, como um indicativo de que o trânsito mata mais pessoas que a maior parte das guerras do planeta.

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Os números dessa tragédia mundial são impressionantes e reveladores: Cerca 1 milhão e 200 mil mortes anuais, com cerca de 50 milhões de feridos, a maioria incapacitada ou com deficiências permanentes para o resto da vida. O custo financeiro desse indesejável fenômeno no Brasil foi estimado pelo IPEA e pela Escola Nacional de Seguros e atinge a assombrosa cifra de cerca de 240 bilhões de reais anuais, distribuídas em perdas materiais, interrupção de atividades profissionais, custos médicos e de tratamento, seguros, indenizações, etc.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), se não forem adotadas medidas de prevenção e segurança efetivas, até 2020 o trânsito será a terceira causa de morte no mundo. Ou seja, o trauma rodoviário é um terrível problema de saúde pública, econômica e social.

Resta um pouco mais de 4 anos para invertermos essa tendência sinistra cobrando da sociedade e, principalmente, das autoridades de todas as esferas de poder, mudança de atitudes. É o tempo que temos para aceitarmos o desafio de reforçar as regras de proteção à vida no trânsito, de cobrar vontade política para investir em sistemas mais eficazes de controle da circulação, e de promover em caráter permanente ações educativas e campanhas de orientação para interromper esta verdadeira pandemia mundial.

O Dia em Memória das Vítimas de Trânsito é um dia para lembrar e homenagear aqueles que sucumbiram no asfalto, mas é, também, um dia de ação. Ação para impedir que outros soldados involuntários de uma guerra suja tenham vidas, sonhos e esperanças abreviadas de maneira trágica, em nome de forças condenáveis: a força do excesso de velocidade, a força do uso de substâncias psicoativas enquanto na direção, a força da desatenção de quem tecla ou fala ao celular no trânsito, a força da negligência com vias mal projetadas e não conservadas e pela inaceitável força da sensação de impunidade reinante nas ruas e estradas do país.

Grupo de vítimas de trânsito na praia de Copacabana, RJ

Grupo de vítimas de trânsito na praia de Copacabana, RJ

O Dia em Memória das Vítimas de Trânsito que vamos celebrar no próximo domingo, dia 20 de novembro de 2016, por ser um dia de ação, tem também a sua força para enfrentar – e vencer – essa guerra, não pela razão da força violenta, mas pela força da razão e da valorização da vida e da segurança da circulação.

Em 2007 o Brasil, adotou essa celebração pela primeira vez. Liderada pelo engenheiro Fernando Diniz, presidente da Ong TRÂNSITO AMIGO e pai de Fabricio, jovem de 20 anos que pegou uma carona de morte na cidade do Rio de Janeiro em 2003, mais de 10 cidades brasileiras dentre elas Rio, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo, promoveram atos públicos sob um tema central que, naquele ano, alertava sobre os riscos de beber e dirigir.

Ao longo dos anos outras cidades foram se juntando ao esforço iniciado exclusivamente por entidades de vítimas e, com apoio das entidades municipais e estaduais, a celebração se estendeu a todo o território nacional e passou a fazer parte do calendário oficial do trânsito.

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