e-Delivery, o caminhão elétrico desenvolvido no Brasil

20/08/2018 às 1:27 pm

A Volskswagen e a Ambev, importante industria de bebidas, firmaram um acordo para colocar nas ruas do Brasil 1,6 mil caminhões elétricos. O primeiro veículo deve chegar às ruas da capital paulista até o fim de setembro, e até 2023 todos os 20 operadores logísticos que da Ambev terão ao menos um caminhão elétrico; em uma estratégia que coincide com a entrada em vigor da tabela de fretes rodoviários no país.

Inicialmente, o e-Delivery será utilizado em rotas mais curtas e será abastecido com energia solar captada nos centros de distribuição da empresa. Atualmente, a Ambev utiliza cerca de 4.800 caminhões pesados e semipesados em sua rede de distribuição. Os veículos movidos à energia limpa representarão 35% da frota.

Tabela de Fretes

As operações de distribuição da Ambev terão um aumento de custos expressivo a partir da adoção da nova tabela de fretes rodoviários, uma das soluções encontradas pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros de maio deste ano. A tabela foi sancionada no último dia 9 de agosto. Os caminhões elétricos não estão sujeitos à tabela de fretes segundo informação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Apesar disso, o diretor de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, Guilherme Gaia, disse à Reiters que o anúncio não tem relação à nova tabela ou à greve dos caminhoneiros:

“Esse movimento (a greve dos caminhoneiros) é relativamente recente, temos acompanhado como toda a sociedade, mas o caminhão elétrico é maior que isso, é um fenômeno, um projeto anterior a esse movimento que vimos recentemente”, afirmou.

O e-Delivery

O e-Delivery é um caminhão da categoria leve, e transporta até 11 toneladas (a versão de produção também terá opção para levar 9 toneladas).

Para isso, conta com motor que entrega 109 cavalos e 50,3 kgfm de torque. Como comparação, o Delivery diesel de 11 toneladas tem um 3.8 de 175 cv e 61,2 kgfm. A transmissão é automática de seis marchas, produzida pela Allison.

A bateria do e-Delivery tem autonomia de 200km. A Volks afirmou que é possível recuperar 30% da carga em apenas 15 minutos (usando um carregador rápido) – é o tempo daquele “cafezinho” para o motorista e os auxiliares. A fim de ampliar a eficiência energética, o Volkswagen e-Delivery utiliza freios regenerativos em três níveis. O motorista pode ajustar de acordo com sua preferência ou volume de carga transportado. Atuando antes do freio pneumático, a recuperação de energia garante reposição de até 30% da carga.

A Volkswagen afirmou que o caminhão entrará em linha de produção regular à partir de 2020, com motor produzido pela brasileira WEG e montagem realizada na fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende (RJ).

A Volkswagen afirmou que, para reduzir os custos de produção, a montadora estuda alternativas que incluem leasing da bateria junto a grupos locais. Com isso, ao final do ciclo de uso da bateria (em cerca de cinco anos), o usuário pode devolvê-la para ser recuperada e instalar uma nova no veículo. Além disso, a montadora alemã quer discutir com o governo federal incentivos para a produção das baterias no Brasil e para financiamentos de aquisição dos veículos.

A ideia é que o custo total de um caminhão elétrico seja igual ao de um caminhão a diesel, valor que hoje é duas vezes maior.

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