Impacto dos sinistros de trânsito nos gastos do SUS

07/05/2021 às 11:07 am

De acordo com dados levantados e divulgados pelo Conselho Federal de Medicina em 2019, na última década cerca de R$ 3 bilhões foram gastos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento às vítimas graves de sinistros de trânsito no Brasil.

O número de vítimas graves de sinistros de trânsito no Brasil nos últimos dez anos ultrapassou 1,6 milhão de pessoas. No País, em média, a cada hora morrem cinco pessoas por falta de segurança no trânsito. De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Tráfego do CFM, esse alto índice de acidentes constitui também um grave problema de saúde pública e impacta diretamente o SUS. Isso porque esse tipo de assistência sobrecarrega as alas de pronto-atendimento e de internação nos hospitais, além de atingir o uso dos sistemas de atendimento de primeiros socorros, como Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência (Siate). Dessa forma, aproximadamente R$ 290 milhões foram gastos por ano pelo SUS, que indica que, com a redução da violência no de trânsito, obviamente o número de vítimas diminuiria, bem como os gastos com a saúde pública no País. Embora tenha ocorrido significativo aprimoramento na legislação de trânsito nos últimos anos, especialmente no caso do consumo de álcool e de outras drogas, como a Lei Seca e a exigência do exame toxicológico para os motoristas profissionais, não foi suficiente para que o trânsito brasileiro se tornasse efetivamente seguro, considerando que, a cada hora, mesmo com leis e fiscalizações mais rígidas, aproximadamente 20 pessoas com ferimentos graves dão entrada em um hospital da rede pública de saúde em decorrência dos sinistros de trânsito. Nos últimos dez anos, 60% das vítimas tinham entre 15 e 39 anos de idade, e os menores índices ficaram nas faixas etárias de 0 a 14 anos (8,2%) e acima de 60 anos (8,4%). Destaca-se, ainda, que entre 2009 e 2018 ocorreu aumento de cerca de 33% no número de internações por acidentes de trânsito no País. Além disso, a pesquisa apresentada pelo CFM constatou que 80% das vítimas graves por falta de segurança no trânsito eram homens.

Internações e óbitos por região do Brasil – A Região Sudeste que conta com metade da frota de veículos automotores de todo o território nacional, representou cerca de 43% do volume total de internações registradas no SUS de 2009 a 2018. Do restante, 28% dos casos de internações de pessoas em estado grave ocorreram na Região Nordeste, seguida por Sul (12%), Centro-Oeste (9%) e Norte (7%). Quanto aos óbitos, analisando 2016 em comparação a 2007, a Região Norte liderou com aumento de 30% no número de vítimas fatais no trânsito. De forma quase idêntica, no Nordeste ocorreu crescimento de 28%. No Centro-Oeste, o indicador apresentou alta de 7%. Em contrapartida, no mesmo período houve queda de 15% nos óbitos por sinistros de trânsito na Região Sul e de 18% na Região Sudeste. São Paulo é o estado que lidera o ranking nacional com base nos números absolutos.

Fonte: Portal Estadão

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