Motores elétricos vão gerar desemprego na indústria automotiva?

26/05/2021 às 12:10 pm

Instituto alemão concluiu que a diminuição da produção de motores a combustão vai representar a eliminação de 100 mil empregos até 2025, só na Alemanha.

O estudo foi feito pelo instituto IFO, a pedido da VDA, a associação da indústria automóvel alemã. O objetivo era medir o efeito no desemprego com o fim da produção de motores a combustão, nesta fase de transição energética. Os resultados não surpreendem pela tendência da migração do modelo a combustão para o elétrico. Mas pela magnitude e rapidez com que tudo vai acontecer. Segundo o IFO, considerando a estimativa da queda na produção de motores a combustão até 2025, serão 178 mil trabalhadores que vão ser diretamente afetados. Este número inclui apenas os que trabalham diretamente com a produção de motores a combustão. Deste total, o estudo projeta que cerca de 75 mil se aposentem até lá, o que deixa mais de 100 mil trabalhadores desempregados.

O desemprego já começou – Entre 2015 e 2019, o IFO estima que a diminuição de produção de motores a combustão e componentes relacionados já desceu 13%, mas o desemprego associado foi de apenas de 8%. A diferença é explicada pela necessidade de trabalhadores para a fabricação de alguns componentes elétricos, enquanto os motores a combustão continuam em produção. O problema principal é que os motores elétricos são muito menos complexos e levam muito menos componentes, diminuindo o volume de mão-de-obra necessária e também o volume de peças de fornecedores externos. Outro problema é a habilitação dos trabalhadores. Quem passou anos ligado aos motores a combustão, não pode ser reconvertido para a produção de motores elétricos do dia para a noite. É preciso formação específica, e nem todos estarão aptos a isso.

Investir na qualificação e eletrificação – Este assunto não é novo, mas tomou novas proporções com o anúncio da subida de exigência de redução de CO2 na Europa. Até há pouco tempo, a determinação era de uma queda de 40% nas emissões, considerando os valores entre 1990 e 2030, mas agora subiram a exigência para 50%. Joerg Hoffmann, líder de um dos mais importantes sindicatos alemães, afirmou que é preciso investimento em novas fábricas de baterias para automóveis elétricos. Só isso poderá impedir que a indústria automotiva seja atingida por uma onda de desemprego. Para os políticos, impor veículos elétricos como solução de mobilidade e ambiental foi fácil, por ser uma ideia bem recebida pela opinião pública em geral. Mas agora perceberam que têm que apoiar os investimentos necessários à eletrificação, sob pena de ficarem com um problema social que rapidamente poderia inverter a popularidade da transição energética.

Fonte: Portal Targa67

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