Pandemia tem impacto profundo nos transportes

02/07/2020 às 10:13 am

Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no início de abril, mostrou que mais de 90% do setor havia sido afetado negativamente; 71,1% das empresas estavam enfrentando problemas de caixa; 53,7% delas disseram que não suportariam mais do que um mês de operação sem socorro financeiro.

Mas no momento seguinte, a necessidade de abastecer as populações – independentemente da distância e das dificuldades -, inclusive com itens de combate ao Covid-19, fez com que governos e iniciativa privada se reorganizassem com medidas de emergência tentando focar na segurança dos trabalhadores e em preservar o caixa das empresas.

Os números mostram que o desafio tem dimensões planetárias e no Brasil a situação é um pouco mais complicada. O País de dimensões continentais, com modais pouco integrados e burocrático, apesar de tudo, continua sendo um mercado atrativo para players de todo o mundo.

Para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que participou da webinar “Panorama atual e futuro da infraestrutura brasileira de transportes”, promovida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), existe uma boa expectativa e grande convicção de que, em 2021, as ações do Ministério da Infraestrutura (Minfra) contribuirão para catalisar e acelerar a retomada da economia, do emprego e da geração de renda. Para que isso seja possível, ele garantiu que as 54 obras públicas e projetos de concessões estão sendo executados e serão entregues, conforme o planejamento do início do ano.

“Mesmo com o comércio fechado era preciso que as estruturas de suporte ao transporte continuassem abertas para abastecer os supermercados, por exemplo. E ainda tivemos uma demanda extra com o recorde de produção agrícola. O importante é que todo o sistema de transporte funcionou e o abastecimento foi mantido. Também todas as obras federais foram mantidas. Não paramos com os editais para concessão”, pontuou Freitas.

Que pessoas e cargas continuarão atravessando nosso território de norte a sul, isso é certo. Mas a que custo é a pergunta que fazem empresários e consumidores. A exemplo de outros setores, estaria na tecnologia e na sustentabilidade dos transportes no Brasil? O certo é que muitas oportunidades estão surgindo e ainda surgirão, mas quem estará pronto para aproveitá-las no novo normal dos transportes?

Automação

O processo de automação, especialmente no transporte de cargas, já estava em curso e deve ser acelerada no período pós-pandemia. Já no transporte de passageiros, a preocupação deve ser voltada especialmente para a saúde e sanitização, inclusive com a compra de novos equipamentos.

Não acredito em alterações radicais no pós-pandemia, isso é da natureza humana. Toda crise traz oportunidades e vemos muitas coisas interessantes no que diz respeito à saúde do motorista, conforto dos passageiros, controle de frotas”, pontua o presidente da CNT, Wander Costa. “Acredito na integração como solução. O nosso modelo não privilegia essa situação, mas quem investe nesse setor tem que olhar no médio e longo prazo. A intermodalidade é o melhor caminho para solucionar o problema” conclui Costa.

Fonte: Diário do Comercio

 

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