Porque Uber está trocando delivery por fretamentos
A Uber encerra as atividades do “Uber Eats” no Brasil em 7 de março. Seu foco agora no Brasil é o “Uber Shuttle” Fretamento do transporte de funcionários de empresas nos trajetos de ida e volta ao trabalho.
São dois principais fatores que contribuíram para o encerramento da atividade de delivery para restaurantes. Um deles é a forte disputa pela liderança do setor que conta com grandes players, como iFood e Rappi, bem estruturados e com investimentos constantes em melhorias dos processos. A 99 Food também tem avançado em algumas capitais e em cidades do interior dos estados. O outro motivo é o avanço da legislação que reconhece direitos trabalhistas aos entregadores de refeições por aplicativo. Em dezembro de 2020, o Tribunal Superior do Trabalho entendeu, por maioria, pela existência de vínculo empregatício no exercício da função de motorista na plataforma de viagens da Uber. E, mais recentemente, foi sancionada a Lei nº 14.297/2022, que prevê o pagamento de assistência financeira pelas empresas de entrega por aplicativos se o trabalhador sofrer acidente no percurso ou testar positivo para a Covid-19. Com isso, a operação ficaria vulnerável e pesada para a empresa, em caso de muitas ocorrências. Depois do dia 7 de março, a Uber foca as entregas de compras em supermercados, conveniências, pet shops, floriculturas, lojas de bebidas e outros artigos pelo Cornershop by Uber, e as entregas de pacotes pelo Uber Flash.
Novo serviço –Para a Uber, melhor do que operar a logística de milhares de pequenas entregas de pratos de comida é garantir contratos maiores com menos esforço. Assim, a companhia americana aposta no Uber Shuttle para Empresas, que já começou sua operação no Brasil. O primeiro contrato foi firmado com a Toyota, que utiliza o serviço no transporte de colaboradores entre São Paulo e Sorocaba, onde está localizada uma das fábricas da montadora. Os veículos disponibilizados – de vans a ônibus – acomodam entre 10 a 50 pessoas.
