Tesla Roadster: o carro que foi enviado ao espaço

09/02/2018 às 12:28 pm

Publicado em: O Globo

Numa inédita jogada de marketing Elon Musk enviou nesta terça-feira um carro ao espaço. Para isso, ele criou a sua própria companhia espacial, a SpaceX, construiu seu próprio foguete (o Falcon Heavy, considerado o equipamento aeroespacial mais potente do mundo em atividade) e, como não poderia ser diferente, enviou para lá, um carro de sua badalada marca de automóveis elétricos, a Tesla.

 Conversível de dois lugares, o Tesla Roadster vermelho decolou do Cabo Canaveral, na Flórida, como carga em um teste do foguete. Ao volante vai Starman, um boneco com protótipo da roupa espacial criada pela SpaceX. O conjunto pesa pouco mais de 1,3 tonelada – e o FalconHeavy tem capacidade para levar até 70 toneladas.

A ideia original era que, seis meses após o lançamento, o carro entrasse na órbita de Marte e ficasse por lá em looping infinito – ou até que alguém chegasse ao planeta vermelho e pudesse resgatar o modelo… O empuxo do terceiro estágio do foguete, contudo, foi mais forte do que o previsto, mandando o Tesla para o cinturão de asteróides entre as órbitas de Marte e Júpiter.

Numa placa de circuito eletrônico foi impressa a frase “Made on Earth by humans” (Feito na Terra por humanos), brincadeira para o caso de que o carro algum dia “seja encontrado por extraterrestres”. Só não se sabe se, nesse dia hipotético, a bateria de íon-lítio do conversível ainda estará carregada.

A presença de um esportivo lançado em 2008 (e hoje fora de produção), em vez dos modelos mais novos da marca tem explicação. É que o Tesla Roadster foi o primeiro carro feito pela empresa de elétricos. Tinha autonomia de 350 quilômetros e podia ir de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos. Agora, após ter sido liberado pelo foguete no espaço, viaja “em ponto morto” à velocidade de 40.555km/h…

O Roadster foi desenvolvido a partir do Lotus Elise, um conversível movido a gasolina. A partir daí, os engenheiros da Tesla desenharam um chassis próprio equipado com motor elétrico, mas ainda bem semelhante ao do Lotus que serviu de inspiração. O Roadster compartilha menos de 10% dos seus componentes com o Elise. Apenas o para-brisa, airbags, pneus, algumas peças do painel e componentes da suspensão são iguais.

Além disso, toda a carroceria do modelo era de fibra de carbono visando diminuir o peso. Há 10 anos as baterias ainda não eram tão avançadas como hoje e pesavam bem mais.

Ao todo, foram montados 2.600 unidades do Tesla Roadster, após 5 anos de fabricação na fábrica da Lotus em Hethel, Inglaterra. A Tesla enviava alguns componentes e tudo era montado lá e vendido por US$ 98 mil na época, algo em torno de R$ 320 mil.

 Sua produção foi encerrada em 2011, mas uma nova geração foi apresentada no fim do ano passado. Programado para ser lançado em 2020, o próximo esportivo promete revolucionar o mundo dos supercarros. O motivo: 1,9 segundo. Esse é o tempo, de acordo com a marca, que ele leva para alcançar os 100km/h. A velocidade máxima? Acima dos 402km/h. Calma que ainda tem mais… de 0 a 160km/h são necessários apenas 4,2 segundos! Nesse ritmo, a futura geração do Tesla Roadster chegará a Plutão!

Antes do Tesla, o único automóvel enviado ao espaço havia sido o “jipe” Lunar Roving Vehicle (LRV), usado por astronautas das missões Apollo 15, 16 e 17, entre 1971 e 1972. É, basicamente, um chassi com quatro rodas, motor elétrico e com capacidade para dois tripulantes – passados 46 anos de sua última missão, o LRV ainda está na Lua à espera de novos motoristas.

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