Veículos autônomos vão evitar apenas 1/3 dos acidentes

07/07/2020 às 11:04 am

Só nos Estados Unidos, estima-se que quase 100 mil colisões todos os anos sejam causadas por condutores que adormeceram ao volante. E a esperança era que, com a democratização da tecnologia de veículos sob condução autônoma e a consequente redução dos preços para o consumidor, esses números pudessem baixar drasticamente

Contudo, um novo estudo realizado pelo Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) revela que este tipo de veículos não conseguirá evitar a maioria dos acidentes provocados por erro humano, que é causa de 94% do total de sinistros nos Estados Unidos. Mais: de acordo com os especialistas que desenvolveram o estudo, apenas um terço do total de acidentes serão evitados.

Segundo o documento, os veículos autônomos estarão preparados para identificar perigos e reagir de forma mais rápida do que os humanos, ao mesmo tempo que as distrações ao volante ou a condução sob o efeito de álcool ou outras substâncias proibidas podem deixar de ser um problema. Mas que há outro tipo de desafios nas vias de circulação que dificilmente poderão responder. “Ainda vamos nos deparar com algumas questões críticas, mesmo com carros dotados de tecnologia que possam reagir de forma mais rápida do que os humanos em determinadas situações. A verdade é que estes veículos não têm a capacidade de responder de forma instantânea”, explicou Jessica Cicchino, vice-presidente do instituto e coautora do referido estudo.

A equipa do IIHS estudou mais de 5.000 acidentes e as causas detalhadas nos criteriosos relatórios da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), dividindo-os em categorias, separando aqueles que tiveram origem em erros de comportamento, como por exemplo, distrações, falhas de visibilidade, falta de reação em tempo hábil perante um obstáculo, incapacidade condutores que estavam sob o efeito de álcool ou drogas, situações de saúde graves ou de motoristas que adormeceram ao volante. Nesses casos, o estudo concluiu que todos poderiam ser evitados com recurso da condução autônoma.

Contudo, de fora do alcance dos recursos tecnológicos desses veículos estarão os erros de avaliação e planejamento, que inclui o cálculo equivocado da velocidade que circula outro veículo na via, a velocidade excessiva para as condições de clima e tempo, a qualidade do piso asfálico ou manobras de risco. “Veículos autônomos precisam não só perceber tudo o que está à sua volta, mas também ter a capacidade de reagir a tudo o que os rodeia”, completou Cicchino. De acordo com a especialista, o nível de eficiência do carro autônomo dependerá da forma como este está programado, acreditando-se que mais acidentes serão evitados se cumprirem todas as regras de trânsito, incluindo os limites de velocidade.

Fonte: Portal Motor 24

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