Carro próprio ou aplicativo? Locadora digital aposta em aluguel por hora

04/08/2020 às 11:26 am

Ter um carro próprio, um desejo que vinha encolhendo nos últimos anos, voltou a ser tendência. Com a preocupação em relação ao transporte público e andar por meio de aplicativos de transportes com motoristas, por conta dos riscos de contaminação pelo novo coronavírus, consumidores voltaram a pensar em adquirir um automóvel. Mesmo assim, a locadora digital Turbi aposta em um nicho de mercado: aluguel por um período curto, de poucas horas. Para estimular o uso durante a pandemia, a empresa tirou o valor mínimo de aluguel. Para uma hora de uso de um modelo HB20, por exemplo, o valor mínimo era de 30 reais. Agora, as viagens ficaram mais curtas e mais frequentes. Em uma pesquisa com os usuários, a Turbi descobriu que 40% dos usuários estavam usando os carros para ir aos mercados, hábito que não era tão comum antes dessa redução de tarifa.

Mercado de locação em crise

Veiculo popular de locação da empresa digital da TURBI

O mercado de locação de automóveis sofreu consideravelmente durante a crise gerada pela pandemia. Nos Estados Unidos, a Hertz pediu recuperação judicial. No Brasil, a queda de receita foi de 90%. A Turbi, por ser uma locadora que não precisa de contato humano, teve queda de 40% no início da pandemia. Atualmente, as receitas estão apenas 20% mais baixas do que o período pré-pandemia. A empresa digital acredita que as pessoas devem continuar substituindo o carro próprio pelo serviço de aluguel. Segundo uma pesquisa feita pela empresa, cerca de 25% dos donos de carro querem vendê-lo depois da pandemia. O motivo mais comum para essa decisão é não precisar mais se deslocar para o trabalho todos os dias, com o aumento da opção de trabalho em home office. “O custo fixo de um carro, para usar apenas algumas horas por semana, se torna muito alto”, diz Luiz Bonini, diretor de crescimento.

A Turbi não tem locadoras físicas ou funcionários fixos em lojas, o que diminui consideravelmente o custo da operação em comparação com locadoras tradicionais. Essa característica também deixa a operação mais segura, pois há menos interação entre as pessoas. Os 700 carros da frota ficam em estacionamentos 24 horas, mas não é necessário ter contato com ninguém na hora de alugar: tudo é feito digitalmente. O carro é reservado pelo aplicativo e, quando o cliente chega ao local, abre o carro também pelo app. Depois do uso, o carro precisa ser devolvido no mesmo local. O plano era chegar a uma frota de 2.000 carros esse ano, mas, por conta da pandemia, a empresa resolveu adiar os investimentos.

Fonte: Revista Exame

últimas Postagens